sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Paris é para sempre


What about us? 
We will always have Paris.

Não se vai a Paris, pois Paris não é um lugar. Também não se entende Paris, pois Paris não é uma ideia. Paris acontece com você. Em você. E o poeta não podia estar mais errado. Paris é eterna, e não posto que é chama. É eterna exatamente apesar de ser chama.

Paris é o abismo entre o olhar e o beijo. Paris dura um ano, um mês, uma semana, um segundo, dura o espaço de tempo entre o sim e a lágrima. Paris é a língua estrangeira que invade a boca imprudentemente entreaberta. Paris é o sofá em frente à janela de onde se vê um número insensato de verdes. Paris é a praia deserta em um verão de 42. Paris é o fogo pulsando na lareira de uma casa estranha. Paris é o barulho da chuva que embala o sono da tarde.


Paris são pernas nuas aparecendo sob os lençóis. O som da seda raspando na coxa. A aceleração súbita do movimento das mãos, mãos tocando lugares que as suas próprias mãos nem alcançam. O olhar desesperado. O alívio. A certeza de eternidade pelo tempo exato da queda.

Não, não se vai a Paris. Aliás, não é possível sequer saber onde fica Paris. Ou como ela se parece. Mas uma vez que você tenha estado em Paris, você a terá para sempre.


You must remember this.

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