quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Chamem a PF, a Abin, o Gilmar Mendes: milhares odeiam Tio Rei!

A campanha de Reinaldo Azevedo para musa de verão da direita estudantil sofreu ontem um forte revés. O candidato foi abalado por uma descoberta estrondosa e inédita: centenas, milhares de leitores falam mal dele nas redes sociais. O choque foi tão grande que ele entregou o caso à Polícia Federal. 

Arthur Virgílio, ex-senador e atual candidato a síndico de seu prédio, disse que vai ligar para Aécio e pedir a abertura imediata de uma CPI para investigar o caso. O ex-candidato e blogueiro regressista José Serra atribuiu a culpa pelo ocorrido a Lula, ao PT, a Dilma e ao aparelhamento das redes sociais. Serra declarou ainda que o PT mais uma vez copiou o PSDB, pois no governo Fernando Henrique já circulava uma mailing list anti-Reinaldo entre os ministros.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Reinaldo Azevedo, leitor de Safatle (Interlúdio)


Interlúdio (este texto)
Final?


Quando se trata de Reinaldo Azevedo é sempre necessário fazer uma pausa periódica para apontar os golpes abaixo da cintura. Golpes logo depois negados com a veemência daquele zagueiro que, após quase quebrar a perna do atacante adversário, levanta olhando para o juiz com cara de indignado e apontando para a bola que passou a cinco metros de onde ele estava.


A coisa é tão disseminada que talvez eu até faça uma coluna semanal chamada "Tio Rei está Nu", com as principais falácias e mentiras da semana. Não todas, por aí eu não faria outra coisa da vida.

sábado, 26 de novembro de 2011

Quem lê tanta notícia?

A nova novela das seis: Os Pupilos do Senhor Reitor

Entretanto, as passeatas em defesa de qualquer merda foram consideradas excessivamente escatológicas e continuam proibidas. A votação sobre a liberação de passeatas em defesa de qualquer porra foi suspensa quando a ex-ministra Ellen Graice ligou convidando todo mundo para uma visita a Amsterdã para comemorar a liberação das Marchas da Maconha.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Reinaldo Azevedo, leitor de Safatle (parte I)

Parte 1 (este texto)
Final?

Reinaldo Azevedo, desmoralizador de filósofos

Entre os textos publicados sobre a invasão da reitoria da USP de 2011, há um de Vladimir Safatle que Reinaldo Azevedo resolveu "desmoralizar" (palavra dele, não minha). Para manter o formato escolhido pelo colunista, seguem abaixo o texto de Safatle, em vermelho, de Azevedo, em azul, e meus comentários, em preto mesmo (mudei a cor do texto de Azevedo na introdução, de preto para azul, para evitar confusão).

O nome do post de Reinaldo, para que não paire nenhuma dúvida sobre sua opinião, é "A coluna abjeta e mentirosa de um professor da USP, colunista da Folha e partidário de Haddad". Apenas duas observações aqui. Reinaldo tem o cuidado de chamar a coluna de "abjeta e mentirosa" e não o colunista. Uma técnica comum para evitar problemas jurídicos. Segundo, a qualificação de Safatle como "partidário de Haddad" é interessante, pois expõe o objetivo implícito do colunista durante todo o episódio, atacar partidários (reais ou imaginários) de Fernando Haddad na USP. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O pensamento parece uma coisa à toa


 O lendário concerto dos Beatles na Praça Tahir

Então aquele rei feiticeiro, que governava mais pelo terror que pela sabedoria, criou um imenso calabouço mágico de paredes invisíveis. Quem era jogado ali nunca mais era visto. E nos séculos seguintes, muito tempo depois do feiticeiro, seus prisioneiros, seus castelos e seu feudalismo mitológico terem se tornado notas no rodapé dos livros de História, as mães dali ainda ameaçavam seus filhos que não queriam tomar banho, jantar, estudar Direito, Engenharia ou Medicina: 

"Menino, ou você se comporta ou vai acabar preso no arcabouço teórico". 




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reinaldo Azevedo, leitor de Safatle (Introdução)

Introdução (este texto)

É bem provável que, além da Grande Muralha da China, a outra única estrutura humana que se veja do espaço seja o ego de Reinaldo Azevedo. A outra coincidência é que nos dois casos as estruturas servem para proteger uma civilização que já nem existe mais de invasões bárbaras mais imaginárias que reais. A analogia vai mais longe: como a Muralha antes dele,  pensamento de Reinaldo ficou anacrônico ali pelo século XVI.

Nesse sentido, os ataques do colunista a Marilena Chauí e Vladimir Safatle são exemplares. Os dois filósofos tem algo em comum: depois de obterem mestrado e doutorado na França, ambos se tornaram livre-docentes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP antes de completarem 40 anos (um feito raro em qualquer faculdade, quase impossível na Filosofia). Ambos tem uma obra sólida em suas áreas de especialização (vale lembrar que Marilena é considerada uma das maiores especialistas em Espinoza do mundo e que sua tese de livre-docência, "A Nervura do Real", é uma referência essencial para qualquer estudante daquele filósofo). E ambos são excelentes professores (e isso eu sei por experiência própria).

Eu digo tudo isso não para desqualificar previamente os argumentos de Azevedo, mas para deixar claro que ele não está tentando ler textos (ainda que textos "jornalísticos", comentários publicados em jornal e não textos técnicos de Filosofia) de qualquer acadêmico e sim de membros reconhecidos de uma certa elite intelectual brasileira. Gente que sabe bem o que escreve. Nesse caso, os argumentos do colunista deveriam estar ao menos próximos do nível daqueles apresentados pelos objetos de sua ira. Deviam pelo menos mostrar que o autor da crítica entende o que leu. Tragicamente, não será o caso. Reinaldo insiste em contrapor seu senso comum "refinado" a argumentos e termos com sentido razoavelmente preciso, expondo a cada momento tanto sua vasta ignorância sobre os autores citados ou comentados quanto sua incapacidade de interpretação de texto.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

The end of the Reader and the beginning of Writing

Sempre passa pela cabeça que, em fins de 2011, é indescritivelmente anacrônico criar um blog. Que talvez a Biblioteca de Babel já esteja completa. Ou que simplesmente não restem leitores, ou tempo aos leitores que restam, para mais uma coleção de impressões pessoais semi-organizadas. Mas a esperança acaba sempre vencendo o medo, não é não? Ainda que eventualmente a esperança se abrace ao PMDB, entregue ministérios inteiros ao PR e passe a achar a irmã do Chico um mal menor.

Mas voltando ao assunto.  O Google Reader durante algum tempo me permitiu fugir à necessidade de escrever sobre o que passa sob os olhos. Porque permitia compartilhar leituras e inserir algum comentário no fluxo do texto. Receber algum feedback, ver o que as pessoas estavam vendo. Algumas pessoas que eu gosto também gostavam do que eu compartilhava e comentava. Mas acabou. O Facebook do Google (do imortal Vicente Mateus, "A Antartica mandou umas Brahma para a gente comemorar") é só isso mesmo, um Facebook. Uma timeline. Uma confusão de sons e fúria significando nada. Uma distração, agora circular (o Reader, como todo mundo sabe, não era distração, era trabalho duro de verdade).

Assim, expulsos da terra de nossos pais pelo Império estrangeiro [Sim, mas além da busca precisa, do filtro de spam quase perfeito, do calendário sincronizado, da tradução automática gratuita, do compartilhamento de vídeos e dos documentos online, o que mais os romanos nos deram?], não esqueceremos jamais. Ano que vem no Google Reader, repetiremos a cada Dia dos Mortos pelos séculos que virão.

Enquanto isso, que remédio, blogam-se textos. Vambóra ver se escrevendo conseguimos salvar a civilização ocidental de si mesma. Ou o contrário, tanto faz. Eu não prometo nada. Minha vida é confusa, meu tempo é, ou pelo menos deveria ser, precioso e  escasso. Mas um ou dois posts por semana. As mesmas opiniões sem baliza nem freio que você lia em outro lugar. Resenhas de livros de amigos queridos. Ou de livros interessantes. Alguns links curiosos. Outros links aborrecidos, mas necessários.

É tudo que o mundo precisa nesse momento de crise. Mais um blog sobre o nada.