terça-feira, 8 de novembro de 2011

The end of the Reader and the beginning of Writing

Sempre passa pela cabeça que, em fins de 2011, é indescritivelmente anacrônico criar um blog. Que talvez a Biblioteca de Babel já esteja completa. Ou que simplesmente não restem leitores, ou tempo aos leitores que restam, para mais uma coleção de impressões pessoais semi-organizadas. Mas a esperança acaba sempre vencendo o medo, não é não? Ainda que eventualmente a esperança se abrace ao PMDB, entregue ministérios inteiros ao PR e passe a achar a irmã do Chico um mal menor.

Mas voltando ao assunto.  O Google Reader durante algum tempo me permitiu fugir à necessidade de escrever sobre o que passa sob os olhos. Porque permitia compartilhar leituras e inserir algum comentário no fluxo do texto. Receber algum feedback, ver o que as pessoas estavam vendo. Algumas pessoas que eu gosto também gostavam do que eu compartilhava e comentava. Mas acabou. O Facebook do Google (do imortal Vicente Mateus, "A Antartica mandou umas Brahma para a gente comemorar") é só isso mesmo, um Facebook. Uma timeline. Uma confusão de sons e fúria significando nada. Uma distração, agora circular (o Reader, como todo mundo sabe, não era distração, era trabalho duro de verdade).

Assim, expulsos da terra de nossos pais pelo Império estrangeiro [Sim, mas além da busca precisa, do filtro de spam quase perfeito, do calendário sincronizado, da tradução automática gratuita, do compartilhamento de vídeos e dos documentos online, o que mais os romanos nos deram?], não esqueceremos jamais. Ano que vem no Google Reader, repetiremos a cada Dia dos Mortos pelos séculos que virão.

Enquanto isso, que remédio, blogam-se textos. Vambóra ver se escrevendo conseguimos salvar a civilização ocidental de si mesma. Ou o contrário, tanto faz. Eu não prometo nada. Minha vida é confusa, meu tempo é, ou pelo menos deveria ser, precioso e  escasso. Mas um ou dois posts por semana. As mesmas opiniões sem baliza nem freio que você lia em outro lugar. Resenhas de livros de amigos queridos. Ou de livros interessantes. Alguns links curiosos. Outros links aborrecidos, mas necessários.

É tudo que o mundo precisa nesse momento de crise. Mais um blog sobre o nada.

5 comentários:

  1. Acho que porque o tempo é tão precioso deveria ser todo gasto em blogs.

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  2. Olá Paulo Candido, o de lindo nome
    Eu fico é feliz, com suas falas e seus pensares.

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  3. Bem, eu leio blogs desde que comecei a fuçar a internet (deve ter uns 7 ou 8 anos), não costumo comentar, mas me enchi de coragem hoje para dizer: que ótimo que você resolver fazer um blog! Agora consigo perdoar o Google por ter matado o compartilhamento do GReader/Buzz.

    Lilian

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  4. detesto soar baba-ovo, mas já o babo. blog do mal.

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  5. Paulo, que bem nos fizeram te fazendo este mal! Te seguirei, porque ainda que impossível digerir mesmo o que de bom que cai na teia, este será sempre um menu gourmet!

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