sábado, 25 de agosto de 2012

Aflição na charneca

Ontem a lua crescente sobre São Paulo parecia o aflitivo sorriso sem gato da Alice e o vento frio lembrava o clima de uma charneca irlandesa no outono.

Essas palavras de colecionador custam bem caro se você for comprar novas na lojinha da Academia Brasileira de Letras. Mas essas do título são usadas e eu ganhei de graça. Uma da Fal, que outro dia mostrou como a pobreza da literatura e da filosofia brasileiras é culpa da falta de charnecas nesta terra esquecida de Deus. Outra da Camila, aflita em um email de uns tempos atrás. Este post podia chamar "A charneca secreta de Fábia V." ou  "As aflições de Camila", mas como não sei nem quero escrever esses romances quasi-eróticos para moças de família, que por sinal vendem que nem água, não chama.

O resto do texto são algumas notas esparsas sobre assuntos diversos. Sem qualquer ordem de importância, preferência ou relevância. Nem qualquer outra referência a aflições, charnecas, aflições em charnecas ou mesmo charnecas aflitivas.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Escândalo: mulheres flagradas fazendo sexo!

Na semana que passou, uma terrível suspeita foi confirmada: mulheres adultas solteiras andam por aí fazendo sexo! E o pior, a certeza não vem de apenas um caso isolado, foram pelo menos duas ocorrências em situações completamente diferentes.


E não estamos falando de mulheres pagas para isso, mas de profissionais reconhecidas e competentes em seus campos de atuação, uma grande atleta, jogadora de basquete da WNBA e da seleção brasileira e uma respeitada advogada, assessora parlamentar de um senador da República. Ou seja, mulheres que deviam saber perfeitamente que se não é coisa que se faça!


A sociedade brasileira, ainda estarrecida pela cassação de seu mais importante bastião da moralidade, o ex-senador Demóstenes Torres, tem agora que absorver o impacto de mais um escândalo de proporções e alcance inimagináveis. 



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Por um punhado de segundos?

Eris, Páris e Afrodite, 
em foto lendária nos Jardins do Olimpo
A narrativa mitológica é contada assim: reunidos no Terraço Itália, os Grandes Eleitores de São Paulo jantavam felizes em uma grande festa democrática, regada a vinhos franceses e whisky de um malte só. Lá estavam, na mesa central, o governador Alckmin e todos ex-prefeitos vivos, o maquiavélico Kassab, o soturno Serra, o velho Maluf, a elegante Marta e a valente Erundina. Nas mesas secundárias, dispostas em volta do salão, se viam desde Pequenos Eleitores, como os irmãos Tato e o higienista Matarazzo, até Candidatos Menores como Soninha "Sussa" Francine e Russomano, o herói do consumidor. Até o intruso Haddad , alvo constante de comentários sarcásticos de Marta e Serra, sorria ao lado do talentoso e belo Chalita e de Netinho, o sambista comunista.


Quando todos se divertiam, eis que surge Lula da Silva, que oficialmente não havia sido convidado por não ser paulistano. Na verdade os Grandes Eleitores não gostavam nada da mania irritante de Lula de virar a mesa no meio das refeições, sem se importar com taças de cristal alemão, os pratos de porcelana chinesa ou com a comida voando para todos os lados. Irado, Lula lança sobre a mesa principal a maça de ouro da aliança hegemônica e se retira, dizendo "Ao que me der mais votos".


O resto é história. Haddad chamado a escolher. A tentação de Kassab, impedido de pegar a maça apenas pela união das forças de Serra e Alckmin. A dúvida de Haddad entre Maluf e Erundina. A escolha de Maluf em troca dos mais belos 95 segundos do mundo. A fuga para a Moóca. A ira de Erundina. Os mil blogueiros progressistas se afogando no mar da inconsistência ideológica em defesa de Maluf. Enfim, a guerra de São Paulo. Pelo menos foi assim que a Maliu me contou. 


A história real é bem menos poética, mas vale meia-dúzia de quatro ou cinco observações.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A psicologia de porta de UTI

You lock the door and throw away the key
There's someone in my head but it's not me.

Apesar de ter um diploma de Psicologia e estar mesmo fazendo um doutorado em Psicologia do Desenvolvimento, eu nunca exerci qualquer prática clínica e sempre procurei me manter a uma distância segura de terapeutas e terapias. Veja bem, não estou dizendo que eu sou um iluminado que não precisa de ajuda, de alguém com quem falar, mesmo de algum remédio que me dê alegria. Longe disso. Muito longe disso. Mas precisar de alguma ajuda para conseguir ir em frente não se traduz em fechar os olhos para o que o nome "terapia" designa hoje.


Em psicologia, "terapia" é o nome dado às práticas clínicas baseadas nas inúmeras teorias que se desenvolvem como reação à psicanálise, isto é, nas teorias que nascem da trágica constatação de que os escritos de Freud (e depois de Lacan) são muito difíceis de entender, sua prática extremamente dolorosa e suas consequências mais difíceis ainda de aceitar. Aliás, essa divisão é bastante clara mesmo na fala comum: se alguém nos diz que está "fazendo terapia", nós imediatamente sabemos que o terapeuta não é um psicanalista. Se fosse, a mesma pessoa nos diria que está "fazendo análise".


Essa psicologia ingênua por opção vai buscar abrigo em repaginações do senso comum, em alguma biologia simplista e na medicalização psiquiátrica, se transformando rapidamente em uma espécie sofisticada de "cargo cult" do sintoma. O princípio fundamental de um "cargo cult" é a crença de que se as aparências (as pistas de pouso, os hangares, os armazéns) forem reproduzidas, a essência (a carga em si) voltará a aparecer. No caso da Psicologia do Sintoma, o dogma fundamental é que se os efeitos puderem ser eliminados de alguma forma, se o comportamento manifesto do paciente puder ser normalizado, suas causas vão desaparecer (ou no mínimo se tornar irrelevantes). Para todos os efeitos práticos, a essência do ser se iguala a sua aparência.

sábado, 16 de junho de 2012

Combray a pururuca

Tem esse problema de atrasar as prestações do karma, quando vem a cobrança, com todos os atrasados acumulados mais juros e multa, não tem site com Fale Conosco, 0800 com musiquinha de elevador ou departamento de fidelização para renegociar a dívida. Ao contrário das telefônicas ou das empresas de TV a cabo, o karma não precisa nem fingir que se importa. O karma, crianças, não vai estar enviando um novo boleto em 5 dias úteis.

O primeiro aviso veio logo no inicio do ano, uma lesão no menisco que acabou em uma operação razoavelmente simples e, guardadas as proporções, indolor. Isso em abril, com direito a dez dias de antibiótico. Logo em seguida um cisto perto da orelha se revoltou com a situação e ficou do tamanho de uma bola de ping-pong. Dermatologista, punção e mais 7 dias de antibiótico (dessa vez com o dobro do queijo, digo, da dose). Mas isso era só o aquecimento.

sábado, 31 de março de 2012

O nome das coisas: a Lei da Tortura

Nesses dias de quase Comissão de Alguma Verdade, de finalmente alguns protestos contra a arrogância e a hipocrisia dos golpistas de 64 e de tímidas tentativas de reparar os crimes contra a humanidade da ditadura militar, talvez seja o momento de começar a chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes.

A Lei 6.683 de agosto de 1979, promulgada pelo último ditador militar, João Batista Figueiredo, ficou conhecida como a "Lei da Anistia", por ter restaurado os direitos políticos daqueles que foram perseguidos pelo governo ditatorial.

É preciso então realizar uma importante correção semântica: a "Lei da Anistia" deveria passar a ser chamada de "Lei da Tortura".

domingo, 4 de março de 2012

Seis ou sete coisas que eu sei dela

Ainda há vida na Praça Vermelha


A Fal, que não tem idéia de quem são os Borgs mas finge que sabe porque ama seus amigos, vai lançar um livro novo logo, logo. Eu não sei quando, mas sei que vai ser em formato árvore morta e vai ter lançamento em São Paulo e no Rio. Coisa importante. E que eu vou receber um convite pelo Correio. Muito fino isso. Aliás, se você é um bárbaro inculto que ainda não leu "Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite", taí uma boa oportunidade para resolver essa falha no seu caráter.


Os blogueiros formerly known as progressistas aparentemente acham que racismo na pele dos outros é frescura, mas eu já estava bem incomodado de ter que concordar com o Reinaldo Azevedo et caterva no caso do PHA. Não precisa mais. "Paulo Henrique Amorim, o “negro de alma branca” e os demônios de cada um de nós", de Ana Maria Gonçalvez e  "O Movimento Negro apóia as ofensas racistas?"  de José Roberto Militão colocam os pingos nos devidos is do lado de cá da cerquinha.


E por falar em blogprog, a MaryW (pray for us sinners now and at the hour of our death), que não escrevia faz um tempo, tirou a metralhadora do armário para comentar o Crivella ministro e a pobreza intelectual da militância governista online. Onde se lê coisas como "A bancada evangélica não existe. O que existe são neocons tupiniquins que atraem o voto da base da pirâmide despolitizada simplificando questões 'morais'". Nada a acrescentar.


E de novo sobre a Ana, "Um defeito de cor" tem 952 páginas e pesa mais de 1 quilo e 200 gramas. Ou seja, livro para morar em cima de uma mesa. Não dá levar para passear de metro ou para almoçar. No avião vira motivo de excesso de bagagem. Não era o caso de ter uma versão para o Kindle?




Juliana Ingrid Dias morreu na sexta,
atropelada por um ônibus na Av. Paulista
Os ciclistas protestaram, mas não precisa se assustar:
a polícia militar estava atenta para retirar
os baderneiros da pista e liberar o trânsito.
Um comentário no Facebook me fez pensar: será que não é hora de proibir o trânsito de automóveis particulares na Av. Paulista? Tem metro, tem ônibus sobrando, é reta e lisa como as bicicletas e os pedestres gostam. Para que os carros? Claro que a possibilidade disso acontecer em um ano de eleições municipais tende a -273,15 °C.


Hoje tem eleição na Rússia então a trilha sonora (lá em cima) é “Putin has pissed off” da banda russa Pussy Riot, que eu achei no Coilhouse


Em tempo: o Alex Castro, autor de "Mulher de Um Homem Só" e "Onde Perdemos Tudo" vai estar bebendo e fumando no bar do Arpoador Inn nesta quinta, 8 de março, a partir da 17:00 (na rua Francisco Otaviano, 177, em Ipanema, em frente ao, adivinhe, Arpoador). Vai lá, assiste o mais lindo por-do-sol do mundo, compra uns livros autografados e diz que eu mandei um beijo para ele e para o Oliver.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Marco Antônio Villa, historiador hiperbólico

É uma constatação quase banal afirmar que a oposição parlamentar brasileira passa por um longo e traumático processo de redefinição. Após três derrotas consecutivas em eleições presidenciais, duas com José Serra e uma com Geraldo Alckmin, o PSDB tenta com as forças que lhe restam se livrar de Serra, o DEM se desfaz em praça pública e os partidos menores fogem desesperados em busca de alguma sombra.


Na imprensa, parte considerável dos cronistas de oposição já parou de lamentar a ausência de oposição a Dilma e passou simplesmente a apontar os erros reais ou imaginários do governo, sem muita esperança de que seus textos tenham outro efeito senão o de "fixação de marca". 


Nesse contexto, é bastante divertido analisar aqueles autores que, por uma razão ou por outra, trafegam próximos ao limite da razão. O historiador (sic) Marco Antonio Villa, buscando um lugar ao sol entre os porta-vozes do Lado Negro da Força, tem publicado vários artigos contra o governo Dilma, textos recheados de hipérboles apocalípticas e profecias trágicas. Vou me divertir aqui com um texto recente, no qual Villa trata do "silêncio da oposição". 

O reverso da mentira ou As Quatro Verdades de Aloysio

Em um artigo bastante nervoso publicado esta semana, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP/PSDB/Serra) acusa o PT de mentir sobre o que aconteceu em Pinheirinho. O artigo é banal. Qualquer um interessado na posição hegemônica sobre o incidente estará melhor servido lendo os textos do porta-voz oficial da oposição, Reinaldo Azevedo. Talvez possa se atribuir ao texto aquele ar etéreo da obra rara, mas isso só porque a oposição parlamentar parece passar seu tempo jogando palitinho nos corredores do Congresso, a espera de algum Godot que lhe traga um fio de esperança, talvez de vitória em 2018, talvez apenas de redenção e descanso. Então uma manifestação assim tem lá seu charme, ainda que pela estranheza do inédito.


Mas pouco interessa, o conteúdo aparente ou o ato em si. Muito mais divertido é o conteúdo implícito, o complemento da escritura senatorial.


Logo  no primeiro parágrafo o autor declara seu objetivo. "Eis as mentiras", clama o Senador da República, "seguidas da verdade". Aloysio tem algo que nós, os não-eleitos, poucas vezes podemos reivindicar para nós. Ele aparentemente tem a Verdade. Vamos ver até onde essa Revelação nos leva.


Vamos antes combinar uma coisa: uma mentira não é uma força newtoniana, à qual sempre corresponde uma verdade de igual intensidade e sentido contrário. O que uma mentira esconde não é uma verdade, mas um interesse. O contraponto de uma mentira é, em geral, ou uma mentira melhor escrita ou uma mentira mais confortável. De qualquer forma, sempre uma mentira que atende a interesses diversos daquela à qual ela se opõe.


Aliás, vamos combinar outra coisa. Meu texto não é a favor do PT, apesar do artigo de Aloysio Nunes se chamar "As mentiras do PT". O senador quer apenas tirar uma casquinha, com vistas à eleição para prefeito no final do ano. O PT mal sabia da existência de Pinheirinho até a ação de desocupação ser executada e certamente não se importava. Os militantes diretamente envolvidos eram da esquerda luminosa do espectro. Me interessa aqui examinar as Verdades de Aloysio, não as mentiras reais ou supostas de seus adversários.


Mas chega de enrolar. Ao texto, cidadãs. Lembrem-se que no que vai abaixo cabe sempre a advertência pseudo-Beckettiana: Qualquer Semelhança com alguma Coincidência terá sido mera Realidade. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Movimento "Nóis é homônimo" invade sítios brasileiros


Vários sítios particulares em diversos estados brasileiros foram invadidos esta semana por um movimento auto-denominado "Nóis é homônimo". Todos os invasores  capturados pela polícia tinham entre 12 e 17 anos. Aparentemente todos se chamavam José da Silva. José da Silva, porta-voz do movimento, declarou em carta aos principais jornais que o objetivo do grupo é destruir os sítios para protestar contra "a estrutura fundiária brasileira",  "a opressão" e "mania dos pais de irem para o sítio no fim de semana" (sic).

O protesto adolescente quase acaba mal quando uma facção mais audaciosa porém menos letrada do grupo se convenceu que granja e sítio eram a mesma coisa. A tentativa de invasão da Granja do Torto foi duramente reprimida pela Guarda Presidencial e teria terminado em tragédia se a Presidenta, acordada pelos primeiros tiros, não tivesse ordenado aos soldados que usassem apenas munição não-letal. Posteriormente a Presidenta se reuniu com os 15 invasores detidos e lhes passou um duro sermão durante mais de uma hora. Fontes do Palácio informam que todos adolescentes saíram da residência de veraneio da Presidência às lágrimas.

O resultado final da operação foi a prisão de cerca de 300 adolescentes da classe média em diversos estados, a internação por crise nervosa de cerca de 50 mães e a destruição de algo entre 30 e 80 sítios da famílias dos invasores. O número exato de sítios afetados não pode ser determinado porque parte das famílias não apresentou queixa à polícia.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alckmin: "Não podemos permitir que um pobre empresário fique sem ter onde especular"


Mulheres tentam escapar levando perigosos traficantes

Cumprindo ordem judicial, a Polícia Militar de São Paulo expulsou de suas casas cerca de 9000 bandidos, traficantes de drogas e baderneiros. Os criminosos ocupavam irregularmente uma área pertencente ao empresário Naji Nahas. Graças à ação fulminante da polícia na restauração da legalidade, o terreno agora poderá voltar a servir sua função social última, a especulação imobiliária. 
Na operação foram aprendidos cerca de 200 quilos de leite em pó, 50 mamadeiras de grosso calibre, além de bicicletas e triciclos de uso privativo da classe média. Cerca de 30 chocalhos foram levados para o Instituto de Criminalística, onde peritos estão tentando determinar a possibilidade de serem artefatos explosivos camuflados. 
O governador Geraldo Alckmin telefonou para o empresário para comunicar que, até o final da semana, sua propriedade estará livre dos parasitas que impediam o pobre homem de exercer seu direito sagrado de ganhar dinheiro.
Os bandidos expulsos da área , incluindo os cerca de 2000 futuros traficantes de drogas com idades entre 0 e 10 anos, devem ser enviados para algum lugar onde não possam ser vistos ou ouvidos.

Curso de Democracia Racial agita as férias da USP




O Sargento André Ferreira ministra 
aula prática de democracia racial na USP


A Polícia Militar de São Paulo, através de seu Centro de Estudos da Democracia e em convênio com a Reitoria da USP, passou a oferecer nessas férias escolares um curso de curta duração,  A Democracia Racial na Ficção Brasileira. O curso, que tem como bibliografia básica o clássico de fantasia de Ali Kamel e a ficção sociológica de Demétrio Magnoli, inclui também aulas práticas. No vídeo acima, o professor e sargento André Ferreira demonstra como a igualdade racial precisa ser entendida de forma integral, tendo os negros o mesmo direito de ser oprimidos pela polícia que os brancos. "Em um país racista, o negro naturalmente seria o único alvo da polícia", declarou o docente após a demonstração, "Em uma democracia racial, é preciso deixar claro que qualquer um pode ser o alvo, inclusive o negro. Em um grupo como esse, com apenas um negro, é importante que a polícia reprima exatamente o negro, para evitar o problema do 'racismo reverso'. Senão o negro vai achar que é melhor que os brancos, e não igual. E os brancos, ressentidos por serem reprimidos, vão acabar culpando o negro, causando efetivamente racismo".

BBB 2013 terá consumo de drogas ilícitas e incentivo ao furto



Suposto comediante aguarda Daniel na saída da Casa do BBB:
"Só vim para dar um abraço"



Animado com a repercussão e o aumento de audiência após a transmissão ao vivo de um suposto estupro, posteriormente negado pelos envolvidos, Boninho planeja permitir o uso de drogas ilegais e incentivar o furto de objetos pessoais entre os participantes da próxima edição do BBB. Também estão sendo planejadas provas de furto a lojas e roubo de veículos para os participantes. "Nós descobrimos algo que nenhum outro BBB no mundo tinha descoberto, a apologia do crime aumenta dramaticamente a audiência!", declarou o diretor do programa. Para evitar problemas com a Justiça brasileira, muito retrógrada segundo os produtores do reality, a Casa possivelmente será realocada para um local mais adequada. A produção ainda está verificando as possibilidades, mas até agora foram aventadas a Holanda, o Afeganistão, a Bolívia ou a área ocupada pelas FARC na Colômbia. "Essa nossa Justiça é parte do famoso Custo Brasil", declarou Boninho. Pedro Bial também ficou empolgado com a novidade. "O crime é lindo", declarou o apresentador.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Bento XVI a jornalistas: "Alguém aí aprendeu a ler?"

Para surpresa geral, Palpatine é contra casamento gay e aborto
Usando novamente seu sagrado direito de se meter na vida dos outros, Bento XVI disse que as leis a favor do aborto ameaçam o futuro da humanidade [em espanhol o povo entende melhor?]. Como o discurso tinha pelo meio a frase "a família, baseada no casamento entre um homem e uma mulher", a Reuters resolveu que a fala toda era contra o casamento gay. Mais que isso, a agência de notícias disse que "foram as declarações mais fortes já proferidas pelo pontífice contra o casamento homossexual". Como nossa imprensa é preguiçosa demais para sequer ler o que publica, pipocaram manchetes: "Casamento gay é uma ameaça a Humanidade, diz Bento XVI" disse o Globo, publicando o texto da Reuters. "Casamento gay ameaça a humanidade, diz o papa", reiterou a Folha, publicando o mesmíssimo texto da Reuters. A Folha ainda teve a pachorra de registar as reações contrárias de tuiteiros contra algo que o Papa nem tinha dito. 

sábado, 7 de janeiro de 2012

Quem lê tanta notícia [5]

O Ministro da Integração Nacional Bezerra da Silva
canta seu famoso sucesso "Malandragem dá um tempo"

Chuvas de verão inéditas surpreendem governantes 
As chuvas de verão, fenômeno climático absolutamente inédito em toda a história registrada do país, surpreenderam a população e os governantes brasileiros. Essa é a primeira vez que o Brasil é atingido por chuvas intensas nessa época do ano pelo menos desde 1503, quando os primeiros exploradores portugueses começaram a registrar o clima brasileiro. O acidente climático vem causando mortes, alagamentos, avalanches e destruição de propriedade em todo o país e todos, desde a Presidenta até o Prefeito da menor das cidades afetadas, passando por ministros, governadores, congressistas e pela imprensa, estão abismados e consternados. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, declarou que todas as verbas de prevenção a problemas causados por chuvas foram alocadas para seu estado, Pernambuco, porque nenhum outro estado as queria. O porta-voz da Presidência da República declarou que a Presidenta convocou, em caráter emergencial, o Congresso Nacional, todos os Governadores de Estado, todos os Ministros e ainda cientistas ligados à USP, à Unicamp e às Universidades Federais para um grande Fórum, onde serão discutidas as causas e as formas de prevenção do problema. Especialistas ouvidos por esse blog consideram a reação da Presidenta exagerada. Marco Antônio Villa, historiador (sic) e professor de Palpites Genéricos da Universidade Federal de São Carlos, disse que chuvas assim jamais ocorreram na história e possivelmente não voltarão a ocorrer, sendo um grande desperdício de dinheiro público sequer discutir o problema. Reinaldo Azevedo, recém-eleito o "maior analista político do país" por 100% dos correspondentes do El País no Brasil, disse que as chuvas são apenas um sintoma de que o PT já começou também a aparelhar também a atmosfera do planeta.